sábado, 16 de março de 2013

O GNÓSTICO E O ATEU

O GNÓSTICO E O ATEU

Cara Amiga: 

Quanto à questão que você coloca sobre pessoas que falam muitas vezes, digamos , “gnósticamente”, sem aceitar nenhuma transcendência; isso acontece porque na verdade o gnóstico e o ateu tem uma origem psicológica comum. 
 
Ambos começam como socráticos isto é questionam os rótulos e os dogmas vigentes pois intuem que esses só os impedem de empreender um caminho de auto conhecimento mais profundo e, assim, num determinado momento psicológico de suas vidas começam a romper essas barreiras. 


Só que ao se defrontar com as consequências inerentes a esse rompimento e se aprofundar na subsequente pesquisa que isso deflagra acaba-se perdido no “calor e na vacuidade do deserto” (veja essa magnífica alegoria no velho testamento). Ao se deparar com isso o seu “Guia-Moisés” interior o confronta com uma necessidade completamente ilógica, não racional e temerária que é a tarefa de empreender a imponderável “Travessia do Mar Vermelho”.
 
E é nessa hora que, como acontece na Bíblia, muitos voltam para a escravidão babilônica.


E esse é o momento que separa o ateu do gnóstico. 


O ateu volta para sua “Babilônia” recolhendo as suas experiências de contestador e buscador num novo paradigma “gnóstico pasteurizado”, limpo de todo o temível e absurdo Mar Vermelho da Transcendência. 
 
Daí a semelhança e a diferença que você notou. 
 
Um abraço

Paulo Azambuja



Um comentário:

maampaam disse...

Não existe nenhuma incompatibilidade entre ser gnóstico e se ateu.

Mas também se pode ser um cristão gnóstico. Talvez aí possa ser muito complicado falar de um cristão gnóstico ateu. Mas pelo que vejo aqui, em algum momento esse cristão gnóstico corre o risco da mediunidade e da crença. Ele corre o risco de seguir um guia,mesmo que diga que é interno, e acreditar em milagres... Ele perde o foco e acredita que saiu do deserto e se encaminha para sua terra prometida!
... um cristão gnóstico...em algum momento psicológico terá que encarar seu cristianismo!