domingo, 6 de setembro de 2015

POLÍTICA E A "GRANDE TRIBULAÇÃO"






UM DIÁLOGO:

Amigo: Existe alguma relação digamos assim direta, entre "espiritualidade" e esses assuntos? Sei que existe uma ligação, mas fico por exemplo, buscando um viés espiritual para entender esse momento do pais, governo e etc. essa mudança de era causa algum efeito nesse processo? Porque e como isso acontece?

Paulo Azambuja: Todo o sentido do cristianismo na sua essência, e aí difere bem das outras propostas espirituais principalmente as orientais, é que Jesus é uma encarnação do Logos Cristo. Isso significa que o cristianismo é a espiritualidade que inaugura uma era em que a humanidade na Terra tem que dali ser mobilizada para se preparar e preparar a Terra inteira para um salto qualitativo espiritual de consciência. 

Daí os símbolos fundamentais do cristianismo mostrando a atuação direta de Jesus junto ao povo "criticando" inclusive diretamente os desvios como os dos fariseus o que resultou numa grave infração política da época (a religião, a política e a justiça convergiam para um único poder - os sacerdotes do Sinédrio) e assim Jesus foi interrogado, julgado, sentenciado e crucificado pela sua ação contrariando diretamente o poder secular. 

Agora, eu não estou dizendo que essa atuação de Jesus pode ser entendida (como acontece por muitos de esquerda) como uma atuação voltada a mudar o poder secular opressor dominante. Embora, certamente quando a mudança crística acontecer, todas as coisas mudarão em conformidade com essa nova consciência-espírito

A mobilização de Jesus tocava e incomodava profundamente os poderes sim, mas na verdade não era para uma mudança de doutrina ou de estrutura política, mas sim para um processo de conscientização da condição limitada do homem de modo a que pudesse se preparar e aceitar a mudança fundamental que profeticamente era apontada como fim dos tempos

Esse assunto do verdadeiro papel no mundo que uma pessoa que se prepara espiritualmente deve ter se resume na frase: "Dai a César o que é de César"; ou segundo o Evangelho Gnóstico de Tomé : "Eu vim jogar fogo sobre a Terra e vigio até que arda"

Amigo: Fico me perguntando se essas leis e esses processos de governo, principalmente o Realismo no caso das relações internacionais da guerra para a paz se fazer em algum momento necessário. Não estou defendendo a guerra, estou só querendo entender se esse poder politico deve ter uma "reforma" mais séria no sentido mais amplo.

Paulo Azambuja: Na minha conta do FB, como qualquer cidadão, e mais ainda, sempre sabendo aonde poderiam ir (e certamente irão) as condições de caos e violência que põe fogo no mundo, claramente me posicionei e me posiciono em relação ao que acho seja o melhor, não para resolver, pois não vai ser resolvido nada pelos velhos métodos, mas para melhor gerenciar a crise humana da Grande Transição, tanto local como global, da sociedade em que estou envolvido diretamente como cidadão. 

Nessa transição não há mais que se falar em esquerda ou direita, pelo menos nos velhos termos, mas sim na política trata-se de escolher entre um grupo que se comprometa com a gerência da crise com inclusão versus os que gerenciarão com concentração de poder e abandono até a aniquilação dos demais, como refugo. 

O que acontece no Ocidente, mais emblematicamente na Grécia, ilustra bem essa situação. Tenho sim, e o exponho na minha "secular" LT do FB, uma posição clara para que politicamente estejam, meu país e o mundo, sobre um esquema de poder que gerencie essa dramática transição sob uma política de inclusão e apoio. Embora mais pareça que todas as forças estão manipulando com sucesso as cabeças, logrando assim implantar um fascismo mundial de exclusão e aniquilação dos seres ordinários, comuns: dos “loosers” como gostam de chamar os americanos.

Em resumo amigo: O poder político assim como qualquer manifestação humana nesta natureza é precário, incompleto e transitório e não poderá haver nenhuma "República de Platão" se não houver novas consciência humanas totalmente transformadas que a implante. 

Mas enquanto essa Nova Consciência não prevaleça temos que ativamente tomarmos a melhor posição para enfrentarmos como coletividade a Grande Turbulência, até porque o que virá depois depende da qualidade de Ser com que a atravessemos.

Veja também: 
A PSIQUE HUMANA E A "GRANDE TRIBULAÇÃO"