terça-feira, 25 de agosto de 2015

'Nós Hipotecamos o Futuro', Entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman


Amigos:


Sociólogo Zygmunt Bauman
Eis o vídeo seguido de alguns comentários: 




Veja aos 14:20 minutos do vídeo quando ele diz que imprimir mais dinheiro não seria alternativa por gerar inflação.

Essa entrevista foi em 2011 quando a grande “mágica” de dar créditos aos bancos à partir de nenhuma produção real, mas simplesmente apropriando-lhes valores digitais à partir do NADA, salvando-os constantemente da falência e assim aumentando exponencialmente o débito nacional e mundial, mas também aplicando mecanismos repressores da inflação, como os rendimentos negativos das aplicações, foi arquitetada pelos economistas americanos e implantada pelo Central Bank.

Essa gambiarra ultra tecnológica e sofisticada foi chamada de “QE” – “Quantitative Easing” que é algo tal como se faz  com aqueles doentes irrecuperáveis do CTI permitindo-lhes ir vivendo na medida em que  a cada nova parada cardíaca ministra-se-lhes a recuperação sofisticada que os aparelhos médicos  permitem e assim o doente volta a viver até a próxima parada e assim sucessivamente. Só que a cada novo reviver mais tempo fica usando o CTI levando assim mais celeremente sua família à falência
 
É por isso que os esperados estouros das bolhas considerados iminentes em 2011 se seguraram e a bolha conseguiu crescer exponencialmente até hoje (2015) sem estourar, mesmo que às custas da deterioração crescente, mas controlada, de todo o organismo social.

E é aí que, nessa contramão, entrou a muito bem sucedida política econômica de inclusão do governo brasileiro permitindo que até hoje, ao contrário da Europa e do próprio EUA, tivéssemos um crescimento e inclusão social.

Mas se o mundo se desestabilizar como uma fileira de dominós, o que é inevitável e parece já estar acontecendo, em algum momento breve o Brasil vai também sofrer como um componente dessa fileira, desse mercado mundial. 

Por  isso entendo perfeitamente a política de contenção do governo Dilma com o Levy e espero que o necessário rigor técnico com a nossa gerência da economia (vai doer!) seja social e politicamente dirigido pela visão política e social  de inclusão que vem norteando nosso governo nesses 15 anos.

Se entrasse um outro dirigente com uma política do tipo europeia, certamente esse não seria responsável pela crise econômica, mas passaria a gerenciar o Brasil como já se faz na Europa (veja a Grécia, a Espanha e Portugal) com grande marginalização, concentração de renda e exclusão.

Mais para o fim do vídeo ele fala no caos e confusão que gerou o interregno entre a morte do primeiro imperador romano Rômulo e sua sucessão e termina dizendo que estamos num desses interregnos e portanto nada se pode prever como solução.

Minha observação aqui é que esse nosso atual interregno vai muito além de simplesmente uma mudança local e específica de uma cultura em particular. 

Encerra todo um ciclo milenar de nossa civilização e se abre para...

No livro "Atualidade do Cristianismo Gnóstico" (Baixe-o a partir da coluna à direita do Blog) dizemos: 

“Estamos numa crise de limite de consciência. Nossa crise é uma crise de consciência! Tudo o mais são os sintomas dessa crise” 

Paulo Azambuja