sábado, 13 de junho de 2015

O JOIO E O TRIGO







Paulo Azambuja: Proponha!!! Viabilize!!! Faça o que É POSSÍVEL para avançar. Você não está mais num carro de som!!

AJF: Estou com ele. Essas MPs do ajuste fiscal foram a gota de água que faltava para a paciência dos trabalhadores. Ou bem que o governo Dilma honra os compromissos de campanha e o discurso petista ou se rende de vez às politicas neo-liberais da direita e aguenta as consequências. Não dá para conduzir em cima do muro, iludindo seu eleitorado para agradar os banqueiros.

Paulo Azambuja: É assim que você vê o contexto, a situação, as possibilidades reais de FAZER ou não Fazer as coisas de poder ou não poder fazer, de articular um modo de GOVERNAR conciliando os objetivos limitações?

Vamos propor o seguinte: Que a Dilma de ao Paulo Paim um Ministério de Soluções com ampla liberdade, mas de-lhe também um prazo para resolvê-las. Mas eu disse fazer realmente coisas acontecerem e não fazer discursos e queixas porque isso fica com o carro de som do sindicato. Trata-se de GOVERNAR. Que tal?

AJF: As soluções são simples, porém politicamente indigestas ao governo feito de coalizões espúrias com o que há de mais podre e elitista neste país e provavelmente de rabo preso com determinações vindas do exterior. Ao invés de arrochar o trabalhador, ataque as maiores fontes de renda, as grandes fortunas. Paralelamente busque investimentos no exterior (já que fez m... na administração anterior) para cobrir os rombos fiscais. Porém não no FMI. É sabido que atualmente existem outras fontes onde o Brasil pode recorrer. Paulo Pain é um politico e não um tecnocrata da economia. Ele vê a consequência do problema levantado por Dilma e está na sua função de reclamar contra essas medidas. As soluções o proprio governo já sabe. Só não quer aplicá-las por outros motivos.

Paulo Azambuja: Sim, como não pensei nisso antes! Vamos acabar amanhã com as coalizões, vamos decretar que o rabo deve ser solto, vamos decretar o imposto sobre as grandes fortunas, vamos cobrir os rombos fiscais com uma ampla reforma, vamos cobrar imediatamente todas as fraudes do fisco, vamos diminuir os deputados e os senadores e os vereadores e cortar profundamente as despesas da câmara e também cortar o salário dos juízes, vamos tirar o Gilmar Mendes do STF para acabar com o financiamento particular, vamos mudar o presidente da câmara.... Desse modo poderemos tirar o Levy porque vai sobrar um monte de grana e aí então a gente aumenta o salário mínimo saneia a caixa do INSS, acaba com o fator previdenciário e muito mais. 
Como você disse as soluções são simples, não é?

Bem, quer dizer vamos não, a Dilma é que tem que fazer isso, afinal ela não é a Presidenta? Mas como você disse que "ela não quer aplica-las", então só vai nos restar comprar uma panela e ficar batendo e pedindo o "impichi", não é?

E mais com esses "aliados" assim nem se precisaria de Globos e Vejas.

AJF: Os atuais aliados neo-liberais e salvadores da economia já estão encarregados de afundar com o pt e governo Dilma. Quanto às medidas propostas acima, se ela tivesse saco (que não tem literalmente falando) para tomar pelo menos algumas delas mais efetivas, já resolveria e muito sem arrochar o lado mais fraco da sociedade.... o trabalhador.

E essa historinha da governabilidade, que aliás eu defendia e muito em nome de uma frente mais popular e patriótica de "centro"-rsrs-esquerda, agora já não cola mais. Visto que a tal governabilidade está direcionada para o lado errado da sociedade brasileira, em favor da direita e contra os direitos dos trabalhadores. Lamento mas é inaceitável esse tipo de "peace" governamental onde a corda fica no pescoço do trabalhador. O Paulo Pain está absolutamente certo em bater o pé. Ou o PT retorna às suas origens anti neo-liberais e trabalhistas ou ele tem que cair fora desse barco furado mesmo.

Paulo Azambuja: Pois é, vamos acabar com essa "historinha de governabilidade" quem precisa disso?

Mas não bate o pé não, é muito silencioso. Bate panela.

AJF: Certo isso. Serve tudo. A Dilma está conseguindo o impossível... unir trabalhadores e coxinhas. Pode?

Paulo Azambuja: É verdade. A Dilma virou um símbolo, um mote, um catalizador do joio e do trigo mental.

E há joio e trigo em todos as categorias humanas.

Esse será o único e definitivo bipartidarismo da humanidade: de um lado o joio e de outro o trigo. Irreconciliáveis.

Clique aqui e assista a entrevista completa da Dilma no programa do Jô em 13/06/2015

Um abraço

Paulo Azambuja