quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Iniciação: Como organizá-la?




Amigos 

Eis um diálogo 

Amiga:


"Como organizar o conceito de Iniciações e a Realização com o Self, ou como se queira chamar tal estágio que um Tolle, Mooji e Ramana, por exemplo alcançaram?
Ex.: a 3a. Iniciação, tamb chamada de Transfiguração é uma inic. chave e que não corresponde, a meu ver, com o que alcançaram Tolle e Ramana - acho que eles estão mais altos... No livro a Os 7 Raios e as Iniciações, Alice Bailey através do Tibetano dá um show de conhecimento sobre o tema, mas não fica claro este aspecto, pelo menos não recordo - li há tempo!"

Minha resposta: 

Primeiro que tudo afastar todo o desejo e a ânsia de alcançá-lo e tão somente se ater ao que você É, sabendo também que trazemos em nós semi-latente um "outro" um Theohomem Divino, mas dominado, enclausurado, por forças tanto na psique, como no corpo, como no ambiente ao redor, que se apropriaram desse Theohomem e o revestiram de uma armadura controlável (por essas forças) instável, boa-má, LIMITADA e, portanto, MORTAL. 

De forma alguma devemos tratar de MEDIR quem alcançou e se o nível tal vem depois ou antes do qual. 
Essa indevida procura é um dos grandes desvios desses ensinamentos esotéricos ou porque tenham sido mal ensinados, ou porque tenham sido mal compreendidos, ou até mesmo porque assim é nos mais cômodo tratar, sem transcender, essa questão. 

Ora, se a meta é o Novo Homem, a Nova Consciência, integrada com o UM - a Consciência Divina ("Seja feita a SUA VONTADE e não a minha"), como é que ao mesmo tempo, em flagrante contradição e sob o pretexto de alcança-lo, nos preocupamos com uma taxonomia, uma fragmentação em esquemas hierárquicos de vários níveis de iniciações, mestres etc. 

Não, aqui não cabe: mais-menos; maior-menor; pior-melhor... 

É exatamente ao contrário. É sair dessas dicotomias e comungar com o TODO, cujo menor é o TODO, cujo maior é o TODO cujo melhor é o TODO cujo pior é o TODO cujo mestre é o TODO e cujo discípulo é o TODO. 

Recolhamo-nos ao nosso genuíno anelo interior pela Gnósis e teremos o nosso justo soldo. Aqui cabe dar uma olhada na parábola cristã dos Talentos.

A Luz em nós quando liberada, Ela e só Ela será a primeira a reconhecer a justiça desse nosso “soldo”.

Os mestres citados e não citados não são melhores nem piores que ninguém (“Não há um justo, nem um sequer." Romanos 3:10 - Paulo de Tarso).

Os verdadeiros mestres o são porque são servos - adoradores - absolutos da luz liberada neles - e não deles!!

E aí, nessa possibilidade de adoração limpa, completa é que eles se caracterizam como tal. 

O néctar, o Graal, o alimento para esse princípio espiritual encapsulado em nós está mais perto que mãos e pés, portanto, não precisamos procurá-lo.

O anelo é o pré requisito único, fundamental, e nós não fizemos nada para tê-lo. 

O anelo nos veio de GRAÇA.

E então a conversa segue entre nós os anelantes.

A partir do anelo, vem a busca e para encetá-la devemos  cuidar em nos auto organizarmos para esse rumo, sendo como somos. Esse próprio processo de auto organização gerará em nós uma observação mais clara e inteligente, abrindo assim brechas nesse nosso espesso entorno nebuloso, fazendo com que a própria LUZ recupere o seu espaço usurpado e transfigure o corruptível em incorruptível, o mortal em imortal, o Homem no Theohomem. 

E aqui não há nenhuma, iniciação nem finalização, posto que a ação parte toda da própria LUZ, que não é você.

A LUZ que é ETERNA sem início e sem fim. 

Para concluir sugiro ver esse vídeo. 




Paulo Azambuja