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O GNÓSTICO E O ATEU |
Cara Amiga:
Quanto à questão que você
coloca sobre pessoas que falam muitas vezes, digamos , “gnósticamente”, sem aceitar nenhuma transcendência; isso acontece porque na
verdade o gnóstico e o ateu tem uma origem psicológica comum.
Ambos começam como socráticos isto é questionam os rótulos e os dogmas vigentes pois intuem que esses só os impedem de empreender um caminho de auto conhecimento mais profundo e, assim, num determinado momento psicológico de suas vidas começam a romper essas barreiras.
Só que ao se defrontar com as
consequências inerentes a esse rompimento e se aprofundar na subsequente
pesquisa que isso deflagra acaba-se perdido no “calor e na vacuidade do
deserto” (veja essa magnífica alegoria no velho testamento). Ao se deparar com
isso o seu “Guia-Moisés” interior o confronta com uma necessidade
completamente ilógica, não racional e temerária que é a tarefa de
empreender a imponderável “Travessia do Mar Vermelho”.
E é nessa hora que, como acontece na Bíblia, muitos voltam para a escravidão babilônica.
E esse é o momento que separa o ateu do gnóstico.
O ateu volta para sua “Babilônia” recolhendo as suas experiências de contestador e buscador num novo paradigma “gnóstico pasteurizado”, limpo de todo o temível e absurdo Mar Vermelho da Transcendência.
Daí a semelhança e a diferença que você notou.
Um abraço
Paulo Azambuja