terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

LIMITES

 Pode ser uma imagem de céu e texto

Aos problemas e desacertos constantemente indicados podem se acrescentar inúmeros outros no comportamento das instituições, dos grupos e de cada ser humano. Isso significa que há uma deficiência fundamental no estado atual de manifestação da consciência humana, um poder nefasto que paira acima de toda a vida e ação da humanidade, que a envolve e embota e que a fez, em cumplicidade, acumular os seus detritos até que agora já se avolumam de modo insuportável e irreversível descaracterizando a própria essência humana e comprometendo seu objetivo inicial elevado de vida pessoal, planetária e cósmica.


Me parece que uma contribuição à percepção, dos que ainda podem ver, que essa situação de pandemia está claramente mostrando, é que não será mais mitigando cada sintoma sem poder curá-lo, pela ignorância sobre as causas primeiras da doença, que se resolverá alguma coisa. E esses remendos, uns sobre os outros, que a política, a ciência e a religião vem colocando nesse tecido cada vez mais esgarçado já o faz tão roto que não mais serve para vestir e agasalhar nem mesmo um mendigo.

Ainda mais acontece que os melhores e mais bem intencionados da humanidade, insistindo em sua visão materialista reducionista horizontal, não sabem fazer nada mais do que de novo e de novo propor aqui e acolá mais um adiamento paliativo.

Chegamos ao LIMITE e alguma destruição violenta lamentavelmente se avizinha pelas ações declaradas da minoria dos piores que dirige o mundo. Virá, tanto pelo recrudescimento das atrocidades bélicas que já estão constantemente matando e mutilando indefesos e que num extremo podem destruir todo o planeta, como também pelo anunciado desequilíbrio ecológico.

Quando se procura nas tradições mais nobres de todos os tempos veremos sempre uma sabedoria original nos arquétipos de todas as grande culturas e povos não só apontando as causas fundamentais e mesmo antecipando os desdobramentos de uma ação da humanidade que se desvia de sua essência espiritual superior. As vozes dessa sabedoria milenar hoje clamam no deserto, pois não mais se pode e nem se quer ouvi-las.

E é aí, nessa atitude e cumplicidade da humanidade, que está a causa fundamental desse desenrolar nefasto.
Esses são os últimos tempos dessa civilização mesclada mas também os primeiros de uma nova civilização divina e do Só Bem.

Está no resgate e no profundo discernimento do que esses arquétipos espirituais de todos os tempos tem a nos dizer que os primeiros passos para uma profunda regeneração podem e terão que ser empreendidos.

Mas só aos que tem ouvidos para ouvir.

Paulo Azambuja

domingo, 7 de fevereiro de 2021

COMENTANDO UM TRECHO DO LIVRO: "O QUE FAZ VOCÊ SER BUDISTA?" de Dzongsar Rinpoche

 

Pode ser uma ilustração
Destaco o trecho:
***
"Essas quatro afirmações, ditas pelo próprio Buda, são conhecidas como “os quatro selos”. De modo geral, selo significa uma marca que confirma a autenticidade:
Todas as coisas compostas são impermanentes.
Todas as emoções são dor.
Todas as coisas são desprovidas de existência intrínseca.
O nirvana está além dos conceitos.”
***
Minha questão é:
Dentro deste “TODAS as coisas” está também o Nirvana? Ou o Nirvana é “outra coisa” ou mesmo uma “não coisa”? Se for assim em ambos os casos (outra ou não coisa) estará fora do conceito de TODAS! E neste caso alcançar o Nirvana seria, dualisticamente, sair fora desse “TODAS”, o que implica que não seria mais um ”TODAS” definitivo mas sim um “todas” relativo.
Mas se, ao contrário, se considerar que o Nirvana está também incluído em uma dessas tantas ‘Todas as coisas’, neste caso alcançá-lo seria conquistar um sossego conformado pois que, sendo posta a impermanência absoluta de TODAS as coisas e o Nirvana, sendo também uma delas, seria necessariamente impermanente e em última instância perecível.
Uma outra reflexão fundamental a destacar sobre o budismo é sobre a busca do estado de Buda - AQUELE QUE SE ILUMINA. Assim a questão é: Que luz é essa que ilumina o estado de BUDA? Está também dentro dessas “TODAS AS COISAS”?
Paulo Azambuja
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