Copiei essa foto que recebi no facebook e dentre os
comentários anexados veio o seguinte:
Comentário de um amigo: Todas as religiões são feitas
por humanos imperfeitos que como nós, possuem muitas fraquezas, dentre elas o
medo. Sabe Deus em que circunstâncias essa foto foi tirada. Antes de
condena-los, façam uma pesquisa sobre o número de sacerdotes alemães que foram
enviados a campos de concentração por condenarem a diáspora nazista. O próprio
Pio XII tratou de preservar o seu estado-cidade que só contava com uma guarda
Suíça em sua defesa. Os aliados demoraram mais de 4 anos para derrotar a
máquina de guerra de Hitler. O que então poderia fazer Pio XII, lançar a ira de
Deus para destruir a máquina, como diz a Bíblia, da mesma forma que fez com a
muralha de Jericó?
Em tempo... não sou católico mas detesto condenação
sumárias.
Em seguida coloquei o meu seguinte comentário:
Meu comentário: Esta instituição se diz a representação única e
incondicional de Jesus na Terra.
Há inclusive uma bula assinada pelo papa
anterior e escrita por Ratzinguer( Dominus
Iesus) em que essa representação e
esse monopólio da salvação é reiterado em todas as letras.
Se eles
auto proclamam e reiteram a INFALIBILIDADE desse "mandato incondicional
divino" nada mais consequente e lógico que se lhes cobre, a cada uma da
volumosa sucessão histórica de suas atrocidades e desmandos (não simples
deslizes, mas atrocidades, como a
inquisição -ou o atual Santo Oficio do
cardeal Ratzinger-, a proteção oficial
papal dos refugiados nazistas, a pedofilia institucionalizada e principalmenete
- ACOBERTADA, a apropriação indébita do
dinheiro da caridade dos fiéis, as orgias desde os Bórgias até a de alguns
CARDEAIS atuais...) nada mais consequente, repito, que se lhes cobre atitudes convenientes
segundo essa auto outorgada representação e que não se venha usar da covarde retórica de a cada vez (e são muitas) que a “barra
pesa” apelar para o argumento de “simplesmente seres humanos”.
Um piloto
de Jumbo é "simplesmente humano", mas se for pilotar bêbado
certamente será preso por muitos anos e - NÃO SERA MAIS DIGNO DO MANDATO DE
PILOTO.
O VERDADEIRO E SAGRADO CRISTIANISMO já sofreu o suficiente a deformação de sua sublime doutrina deturpada e conspurcada nesses dois mil anos.
O VERDADEIRO E SAGRADO CRISTIANISMO já sofreu o suficiente a deformação de sua sublime doutrina deturpada e conspurcada nesses dois mil anos.
BASTA!
Em
tempo... não sou católico mas eu, Giordano Bruno, os
"parfaits" Cátaros, Simão de Monfort, Galileu, Leonardo Boff.. também, como o meu amigo acima, detestamos
condenaçõe sumárias.
Paulo
Azambuja
Segue uma nova argumentação
Segue uma nova argumentação
Argumento do amigo: Todas as
religiões seculares sempre se outorgaram na posição de principais
interlocutores de Deus. Fingindo agir como imagem e semelhança do Divino. Se
qualificam como puros, infinitamente bondosos e poderosos. Isso serviu para que
os seus líderes se impusessem, mais pelo medo e pela dor do que pelo amor. Isso
nunca foi privilégio de uma só religião. As religiões são feitas por homens
para homens. Acreditar que elas tenham que seguir aquilo que pregam, e se
indignar ao constatar que não o fazem, é pura ingenuidade. A igreja católica
está vivendo o fim se uma era. Pesam na sua derrocada todas as atrocidades que
cometeu por milênios. Não é por acaso que o discurso de infalibilidade da
igreja católica encontre crentes entre os fiéis de sociedades pouco evoluídas
que ainda colocam a religião de forma cega como principal condutor de suas
vidas. Ainda assim, nessas religiões ou fora delas, existem homens de boa fé,
pelos quais Deus opera pequenos milagres diariamente. Isso com ou sem
religiosidade. Quanto a foto dos padres em saudação nazista. Pode ser que
fossem simpatizantes. Pode ser que não. Da mesma forma que essa foto hoje é
usada para desqualificar a instituição religiosa, pode ter sido usada na época
pelos nazista para mostrar ao povo que tinha respaldo da principal seita
daquela época, e então era "aceita" por Deus. Devemos ter o senso
crítico de analisar além das palavras e além das imagens.
Ao que eu respondo:
Em todos os
tempos sempre existiram pessoas que buscam genuína e profundamente a
relig-iosidade (de religare).
A secularidade e o materialismo do pensamento
atual tendem a ver esse sentimento genuíno, profundo e TRANSCENDENTE como algo
tão somente de um nível psíquico, como um consolo e uma esperança ingênua, lenitivos para as nossas inerentes limitações.
Como são politicamente corretas essas
pessoas da secularidade tendem a, magnanimamente, respeitar essas necessidades relig-iosas, mas
não conseguem compreender nem aceitar que elas tem a sua verdadeira origem numa manifestação SAGRADA de alguns seres que
viviam e pregavam e emanavam essa
TRANSCENDÊNCIA e não em algum episódio secular quer militar ou diplomático e que se assim o for
só podem mesmo ser defendidos secularmente
– nada de Jericó.
Sendo assim tomam essas manifestações
internas, profundas e genuínas tão somente pelas proclamações e práticas das instituições religiosas
que que as DETURPAM.
Portanto amigo nossa discussão aqui
tem um erro de categoria em nossas respectivas premissas.
Eu sou dos que veem, sentem e buscam
a coisa a partir da TRANCENDÊNCIA, tipo: “Meu reino não é desse mundo” e me
parece que as suas premissas são seculares em relação a essa mesma questão. Isso por exemplo o faz achar natural
e lógico, como você disse anteriormente, que o Estado do Vaticano pense em defender
seus interesses institucionais tal como faz o Brasil, a Colômbia, etc.
Os fundamentos de uma nação/estado
como o Brasil são real e legitimamente proporcionar econômica, política e
territorialmente o bem estar e a segurança de seus cidadãos, e nesse contexto estamos
legitimamente falando da categoria: CIDADANIA. E a premissa da categoria cidadania pode
bem ser ilustrada na frase “Independência ou morte” e claro que, no PAPEL de
cidadão, essa também é a minha.
Mas para alguns, como disse, se
impõe internamente como FUNDAMENTO EXISTENCIAL uma outra categoria: a RELIG-IOSIDADE e já nesse outro contexto a minha premissa é “Meu
reino não é desse mundo”.
Para os que necessitam viver sob
essas duas premissas, o Cristianismo Original tem uma terceira premissa
conciliadora: “Dai a César o que é de César”, lema
que nos permite buscar conviver e VIVER, sem deturpação nem reducionismo, sob as duas
categorias.
Essa dicotomia: “Independência ou
Morte” x “Meu reino não é desse mundo” é irreconciliável se nos assentamos para
as duas em somente em uma das categorias: cidadania ou relig-iosidade.
Daí amigo por mais que nós dois possamos
ser bastante consistentes e competentes na execução das “melodias” de nossas
respectivas argumentações nunca as reconciliaremos porque (digamos) você partiu de um instrumento afinado em sol
maior e eu de outro afinado em ré menor.
Um abraço.
Paulo Azambuja
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